Manifesto sem tesão. A pedidos das hormoniosas que me cercam. Pânico. Não sabem ser amigos das mulheres. Não sabem brincar. Olha lá aquela planta carnívora, venenosa e faminta. Areia movediça. Piscada, abraço, que perfume bom, uma coisa à toa, só um charme. Leveza para o dia. Bitolados. Sei, ela tá dando em cima de mim. Embaixo de mim e de ladinho. Só essas três, esse tipo nem imagina outra série. Buuuu, olha o bicho papão. Ter amigo evita infarto. Mocinhas virgens do interior (ui) balbuciam gaguejantes: epa, eu sou casado, pára com isso.
31.7.06
só uma piscada
Manifesto sem tesão. A pedidos das hormoniosas que me cercam. Pânico. Não sabem ser amigos das mulheres. Não sabem brincar. Olha lá aquela planta carnívora, venenosa e faminta. Areia movediça. Piscada, abraço, que perfume bom, uma coisa à toa, só um charme. Leveza para o dia. Bitolados. Sei, ela tá dando em cima de mim. Embaixo de mim e de ladinho. Só essas três, esse tipo nem imagina outra série. Buuuu, olha o bicho papão. Ter amigo evita infarto. Mocinhas virgens do interior (ui) balbuciam gaguejantes: epa, eu sou casado, pára com isso.
29.7.06
26.7.06
A pressa em se despedir é desejo de permanecer mais um pouco.
Eu me porto assim diante do amor. Preciso do cotovelo no meu braço. Da mão na minha cintura, de um abraço no pescoço. Não que eu não saiba, terei que confessar: não sei mesmo, amor não se sabe, amor se pressente. É uma indefinição contente e, ao mesmo tempo, assustadora. A pressa em se despedir é desejo de permanecer mais um pouco. O que era passageiro, o que era para ser mais um esquecimento, o que era para ser mais uma noite para dormir transforma-se em obsessão de sonhar, acordar, cuidar e voltar, em obsessão de estar presente e arrumar todos os motivos e subterfúgios para não pensar em outra coisa. Aperta uma vontade de conversar sobre a história com todo mundo que se encontra, com o carteiro, com o bancário, com o jornaleiro, com os passageiros do trem. Falar do amor para que ele aumente ou para que diminua. Para que ele suma ou nos dê confiança de tomar atitudes improváveis e delicadas, mas o amor não se conta nem pro melhor amigo. Vamos atrás de um fiador. Só que o amor não aceita caução. É uma encruzilhada colocar a casa para fora da boca. Abrir-se. Expor-se de tal modo que não se pode retornar ao que julgávamos nossa vida, ao que acreditávamos nosso lar, ao que confiávamos como nossas convicções e nossa ordem. Como confessar uma paixão e depois fingir que isso não mexeu com a gente e retomar o trabalho e a disciplina dos dias como se fosse comum? Antes impessoal, o amor se agarra a um nome e não mais nos pertence. É irrecuperável porque depende de um sim ou de um não. Quando dito, irá embora sem acenar. Não descobriremos que estamos doentes, descobriremos que não temos cura. Amor não nos fortalece, enfraquece. Ficamos indigentes à espera de um beijo, de um telefonema, de uma mensagem. O amor muda o nosso passado. Sofreremos com a incerteza do que a pessoa dirá ou fará. Usam-se palavras emprestadas para não ser direto. Encontram-se motivos alheios à verdade para não se entregar. O amor não seria tão sério se não houvesse a possibilidade dele se converter em uma comédia. Mas a comédia não é levar um fora, comédia é a covardia de não se declarar e antecipar sozinho os risos que seriam bem melhores acompanhado...
6.7.06
3.7.06
"Fantástica Fábrica de Chocolate"
AMSTERDÃ - Empresários e autoridades de Amsterdã anunciaram nesta quinta-feira que a capital da Holanda vai ganhar um parque temático dedicado ao chocolate e inspirado no livro infantil "Charlie e a Fábrica de Chocolate", de Roald Dahl. Exatamente como a fictícia "Fábrica de Chocolate" de Willy Wonka, criada pelo escritor, a parte principal do "parque dos doces"' será subterrânea, localizada num túnel ferroviário desativado cedido pela prefeitura de Amsterdã.
Previsto para ser aberto ao público dentro de dois ou três anos, o parque terá um elevador de vidro e uma fonte de chocolate, exatamente como no livro. Além disso, vai produzir chocolate, embora em quantidades pequenas.- Há dez anos eu criei uma peça de rádio sobre 'Charlie e a Fábrica de Chocolate', e desde então fiquei fascinado pela história - contou o editor de audiolivros Maurits Rubinstein, idealizador do projeto.São responsáveis pelo projeto a prefeitura de Amsterdã e a construtora holandesa BAM. A obra vai custar 20 milhões de euros, dinheiro levantado em parte com a venda de títulos que pais e avós podem comprar para seus filhos e netos.
Amsterdã é o maior porto importador de cacau do mundo. A cidade processa cerca de 30% do cacau produzido no planeta, vindo de países como Gana e Equador, e fornece o ingrediente básico do chocolate, a pasta de cacau, usado pelos maiores fabricantes de chocolate da Europa.
A capital holandesa também é o lugar onde, na década de 1820, Coenraad Johannes van Houten inventou a prensa hidráulica de cacau, que possibilitou a produção do chocolate comestível (até então só existia o chocolate em pó, para uso culinário e em bebidas). Van Houten também criou o processo conhecido como ''dutching'', pelo qual é produzido um pó de cacau de sabor leve e que se mistura mais facilmente com a água.
29/06/2006 - 21h11m Reuters
2.7.06
Espetáculo...
Vamos exorcizar nossa decepção por conta desse espetáculo deprimente. Vamos exercitar o nosso ódio ao Roberto Carlos, que além de ser o maior mascarado da face da Terra ainda foi capaz de ficar ajeitando as meias e deixar o Henry fazer o gol que ajudou a desclassificar o time. Digo ajudou porque o que nos derrubou foi a junção da auto-indulgência dos nossos jogadores com a vontade de vencer e a seriedade do selecionado francês.
A França mereceu vencer e o Brasil foi derrotado com toda justiça.
1.7.06
Seja amante, ame.
Descubra a parte do corpo que exala o perfume mais forte. Será o ponto de maior excitação. Use a respiração como voz. Não atalhe, não abrevie, não resolva. Mas avance e recue. Faça o que mais quer para logo mudar de idéia. Volte atrás como quem deixou de lado algo importante. Não pense muito, apenas o suficiente para não ser refém do seu corpo. Assista a si mesmo mais do que atuar. Namore as regiões com mais vergonha. No fundo, a vergonha é discreta vaidade. Não ataque, converse pelas mãos, pelo olhar, conserve a atmosfera sem as mãos. Defenda-se para mostrar sua vulnerabilidade. Escute o que o outro não disse. Não tenha pudor. Fome é desejo. Exponha-se. Acaricie as costas dela com a cabeça e o rosto e os dedos, mais e mais. Concentre-se na dispersão. Não banque o sério, pois entedia. Combine tranqüilidade com insegurança. Despiste sua movimentação. Quanto maior a espera, maior será a eletricidade. Não aguarde respostas rápidas. Desprendimento é diferente de descompromisso. É doação. Não durma depois nem se afaste com pressa. Continuem se beijando mansamente.
Pecado? Pecado foi o de eva. O meu foi um grande prazer! Mairy Sarmanho
Tatuagem
Que é pra te dar coragem
Pra seguir viagem
Quando a noite vem
E também pra me perpetuar em tua escrava
Que você pega, esfrega, nega
Mas não lava
Quero brincar no teu corpo feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem
E nos músculos exaustos do teu braço
Repousar frouxa, murcha, farta
Morta de cansaço
Quero pesar feito cruz nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem
Quero ser a cicatriz risonha e corrosiva
Marcada a frio, a ferro e fogo
Em carne viva
Corações de mãe
Arpões, sereias e serpentes
Que te rabiscam o corpo todo
Mas não sentes
Chico Buarque